Desde o início da pandemia, o cenário global se caracterizou por uma elevação significativa nos preços, beirando a hiperinflação. Contudo, como essa ascensão de custos impactou o desempenho financeiro das empresas presentes no índice Ibovespa da B3? Neste artigo, examinaremos não apenas como essas empresas enfrentaram com sucesso as adversidades da inflação, mas também como alcançaram patamares notáveis de lucratividade.
Iniciamos nossa análise em janeiro de 2020, antes que a pandemia impactasse de maneira expressiva os mercados de capitais em uma escala global sem precedentes. Naquela ocasião, a economia brasileira apresentava uma taxa de juros de 4,5% ao ano e uma inflação acumulada de 12 meses de 4,5% ao ano.
Imagem 1: Juros no Brasil em Janeiro de 2020.
Imagem 2: IPCA pré-pandêmico em 4,5% ao ano.
Esses dados indicam que a taxa de juros no Brasil estava em um de seus patamares históricos mais baixos, sugerindo potenciais vantagens para a economia. A lógica por trás dessa observação é clara: juros mais baixos facilitam o acesso a empréstimos tanto para consumidores quanto para empresas.
Na segunda fase de nossa análise, buscamos avaliar uma estimativa de lucro das empresas durante esse período. Conforme os dados de mercado revelam, identificamos um lucro acumulado IFRS (12TTM) de R$ 233 bilhões, acompanhado de um múltiplo de preço sobre lucro de 19,5.
Imagem 3: Preço sobre Lucro Ibovespa em 06/01/2020. Fonte: Monitor de Mercado
Como se encontra a situação econômica atual no Brasil?
Após o período pandêmico, a taxa SELIC está fixada em 11,75% ao ano, e a inflação acumulada desde janeiro de 2020 até o presente momento atinge aproximadamente 28%, conforme indicado pela calculadora de inflação do IBGE.
Imagem 4: Inflação acumulada de 28% para o período. Fonte: IBGE
Prosseguindo com nossa análise, vamos estimar o lucro corporativo da carteira teórica que compõe o índice Ibovespa para o momento atual.
Imagem 5: Lucro das empresas listadas no Ibovespa em janeiro de 2024.
Ao observarmos o desempenho do índice acionário, que atrai a atenção de muitos investidores, constatamos que o lucro associado à carteira teórica atinge R$ 470 bilhões. Assim, podemos afirmar que o lucro das empresas aumentou em 107% para o mesmo período onde a inflação cresceu aproximadamente 28%.
Qual foi o impacto da inflação causada pela pandemia nos lucros das empresas?
Conforme observado, as empresas brasileiras conseguiram apresentar resultados sólidos diante das imensas dificuldades impostas pela pandemia. Podemos afirmar que as companhias brasileiras e seus gestores desempenharam um bom trabalho durante esse período desafiador da pandemia. Mesmo diante de uma inflação acumulada que se aproximou de 28%, as empresas conseguiram entregar lucros mais expressivos, registrando um aumento de 107% em relação ao período pré-pandêmico.
Como anda o mercado acionário em comparação ao pré-pandêmico?
Imagem 6: Ibovespa antes e depois da pandemia.
O índice Ibovespa, que anteriormente estava em 117 mil pontos com múltiplos de lucro em torno de 19, agora está cotado em 127,6 mil pontos, com um múltiplo de lucro próximo a 10. Existe a perspectiva de recuperação neste ano, especialmente considerando a comparação dos nossos valuations com os dos mercados acionários das nações desenvolvidas. Nota-se que estamos mais atrativos, ou seja, com múltiplos de lucro menores, uma vez que as economias dos países emergentes geralmente são consideradas mais arriscadas. Isso implica que o investidor estrangeiro pode exigir algum nível de desconto. Vale ressaltar que a nota de crédito do Brasil foi recentemente elevada pelas agências de risco, o que contribui para tornar este ano uma boa oportunidade para investir no Brasil.
Nos próximos artigos, planejamos investigar o nível de inflação e o crescimento do lucro no mercado americano. Portanto, fique atento ao nosso blog para mais informações.
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