A Taesa é uma das empresas que se destaca por seu elevado pay-out em relação ao lucro IFRS.
A empresa demonstra um comprometimento em agradar seus acionistas, chegando ao ponto de, por exemplo, adquirir novas dívidas sob a forma de debêntures para manter o pagamento de dividendos. Esse comportamento, ao mesmo tempo louvável e preocupante, reflete meu próprio dilema como acionista. Por um lado, é gratificante ver os proventos regularmente entrando em minha conta, mas por outro lado, acentua minha inquietação diante do considerável nível de endividamento. Uma análise do lucro regulatório revela que nos primeiros nove meses deste ano houve uma expansão de cerca de 20% em comparação com o mesmo período no ano passado. A empresa é negociada a múltiplos superiores aos de seus concorrentes, indicando que o esforço da Taesa em manter os dividendos é bem recebido pelos acionistas. A presença constante dos dividendos parece conferir à ação uma notável estabilidade, tornando-a menos suscetível às oscilações do mercado; quando o mercado sobe, a ação não tem uma alta tão acentuada, e quando o mercado cai, a ação também não sofre uma queda tão expressiva. Os investidores da Taesa parecem viver em um mundo à parte do mercado, o que atrai muitos investidores individuais que parecem não se deixar influenciar pela opinião dos analistas, que ano após ano recomendam a venda do ativo.
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Confira os principais destaques do trimestre para a queridinha do investidor.
- O lucro líquido regulatório da Taesa neste trimestre ficou em R$ 330 milhões, uma queda de 11,6% em comparação ao mesmo trimestre do ano passado.
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Crescimento da Geração de Caixa Operacional: A Taesa registrou mais um trimestre com crescimento na geração de caixa operacional, impulsionado pelos empreendimentos recentemente concluídos, que trouxeram novas receitas.
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Receita Operacional Líquida Regulatória: A receita operacional líquida regulatória da empresa cresceu 6,0% em comparação com o terceiro trimestre de 2022, totalizando R$ 831,7 milhões. No acumulado do ano, a receita líquida regulatória foi de R$ 2.518,0 milhões, um aumento de 17,8% em relação ao mesmo período de 2022.
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EBITDA Regulatório: O EBITDA regulatório da empresa totalizou R$ 705,9 milhões no terceiro trimestre de 2023 e R$ 2.181,4 milhões nos nove primeiros meses do ano, com um crescimento anual de 3,9% e 18,5%, respectivamente. A margem EBITDA foi de 84,9% no trimestre e 86,6% no acumulado de 2023.
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Causas do Crescimento: O aumento anual da receita líquida e do EBITDA é atribuído ao início da operação de Saíra (1ª fase) sob gestão da Taesa, à entrada em operação de empreendimentos em construção e ao reajuste inflacionário pelo IPCA nos contratos de categoria 3. Isso compensou a queda das receitas dos contratos de categoria 2 devido à deflação registrada no IGP-M e à redução remanescente de 50% da RAP das concessões ATE III, STC e Lumitrans.
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Posição Financeira: A Taesa encerrou os nove primeiros meses do ano com uma posição de caixa de R$ 2 bilhões e uma dívida líquida de R$ 10,4 bilhões. O índice de dívida líquida sobre EBITDA foi de 3,7x.
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Emissão de Debêntures: A empresa realizou uma emissão de debêntures no valor de R$ 800 milhões, com demanda superior a R$ 1 bilhão. A emissão se enquadrou na lei de debêntures de infraestrutura e contou com a certificação de selo verde, destacando a ênfase em sustentabilidade.
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A Taesa manteve um alto índice de disponibilidade das linhas em 99,9%, destacando sua consistência na excelência operacional e gestão de ativos de transmissão.
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Projetos Futuros: A empresa continua dedicada à execução e entrega de novos empreendimentos em construção que adicionarão R$ 400 milhões de RAP quando entrarem em operação. A Taesa investiu R$ 1,5 bilhão nos primeiros nove meses do ano, incluindo a indenização pela concessão Saíra.
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Centro de Operação do Sistema: Em agosto de 2023, a empresa inaugurou seu novo Centro de Operação do Sistema, investindo em modernização, segurança e qualidade operacional, visando o crescimento sustentável do negócio.
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Distribuição de Proventos: O Conselho de Administração aprovou a distribuição de proventos no valor de R$ 204,6 milhões, a serem pagos em dezembro de 2023, com base nas demonstrações financeiras intermediárias de junho de 2023. Isso inclui R$ 200,5 milhões a título de juros sobre capital próprio (JCP) e R$ 4,1 milhões a título de dividendos intercalares.