Imagine que você possui um imóvel, mas não tem a opção de alugá-lo ou utilizá-lo pessoalmente. Nesse cenário, por que manter essa propriedade? A resposta reside na expectativa de que você consiga vendê-la por um valor superior ao que pagou. No mundo das finanças, uma dinâmica semelhante ocorre, onde os investidores apostam na valorização de ativos, planejando vendê-los posteriormente com lucro. No entanto, muitas vezes, essa estratégia pode se revelar uma ilusão de investimentos.

Quando uma empresa deveria reter os lucros?

Uma empresa só deve reter os lucros, em vez de distribuir dividendos, se ela tiver projetos que tragam retornos superiores aos sócios. Com isso, os lucros futuros serão maiores, e há um entendimento de que o sacrifício de não receber os dividendos será compensado em algum momento no futuro. No entanto, algumas empresas retêm o lucro, mas não o empregam em projetos que aumentem a lucratividade, resultando no desperdício de recursos. Vamos analisar um exemplo.

Vamos analisar o desempenho de uma empresa cujo nome foi omitido. Essa empresa distribuiu dividendos todos os anos desde 2017. No entanto, ao longo de cinco anos, os dividendos por ação passaram de R$1 para R$1,27, representando um crescimento modesto de 27%. Agora, considere o seguinte cenário: em 2017, se a empresa tivesse reinvestido os R$1,36 por ação retidos, isso teria gerado um valor estimado de R$0,136 por ação para os acionistas no ano seguinte. Isso, de fato, ocorreu em 2018, quando o lucro da empresa aumentou de R$2,36 para R$2,55. A tendência positiva continuou em 2019, com o lucro subindo de R$2,55 para R$2,77. No entanto, a partir de 2019, a empresa enfrentou dificuldades para empregar eficazmente o lucro retido, o que resultou em dois anos consecutivos de lucros inferiores aos relatados em 2019.

 

A ineficácia em reinvestir adequadamente retirou valor do acionista, o que fica evidente na queda do preço da ação, que passou de R$37 para R$27,00. Portanto, é necessário avaliar a qualidade do reinvestimento dos lucros antes de considerar investir em um ativo que retém grande parte dos lucros. Se a empresa falhar em alocar recursos, o acionista deve exigir um pay-out maior.

 

Como Evitar  as Perdas?

Concentre-se nos fundamentos e verifique como a empresa se encontra em termos financeiros. Lembre-se de que em períodos de recessão, são as empresas mais sólidas que têm a capacidade de superar ventos contrários.

Confira quem são os clientes 

Se uma empresa possui uma ampla base de clientes, a perda de um deles não é tão problemática, pois outros continuarão consumindo, contribuindo para o volume de vendas.

Confira os Contratos com os Clientes

Verifique o vencimento dos contratos com os principais clientes. Por exemplo, se você estiver interessado em investir em uma concessionária de rodovias, sempre questione quando o contrato expirará com o governo, estado, ou munícipio.

Trabalhe com Ajuda de um Analista CNPI

Por fim, não atue sozinho; busque sempre a ajuda de um analista CNPI, o único profissional de finanças que pode avaliar e fazer recomendações de produtos de investimento.

Contate o analista Wagner Geremia.

 

Qual a Ilusão dos Investimentos?

Investir em ações pode parecer uma tarefa simples: você abre o aplicativo do seu banco, digita o ticker, insere a senha e, pronto, você se tornou um investidor. No entanto, a realidade é que investir exige um alto grau de pesquisa e análise de fatores macroeconômicos, bem como microeconômicos. Conforme discutimos no post anterior, o outro lado da equação, que envolve a distribuição indiscriminada de dividendos, também representa um risco significativo para o investidor, no que eu chamei de a armadilha dos dividendos. Portanto, investir demanda conhecimento, esforço, bom senso e um toque de sorte.

 

 

Investidor avançado