Imagine-se como sócio de uma empresa que, ao longo de anos, regularmente lhe pagava um pró-labore.
De repente, esse pagamento é abruptamente interrompido. O que fazer em uma situação como essa? Nesse momento, sua única alternativa é tentar encontrar uma saída para essa situação adversa, enquanto você percebe que pode ter ficado com poucas opções disponíveis. Quando escolhemos investimentos com base exclusivamente no critério de dividendos, podemos facilmente cair naquilo que eu chamo de 'a armadilha dos dividendos'.
Dividendos são uma das notícias mais agradáveis para um investidor,
como bem expressou John Davison Rockefeller ao afirmar: "Nada me traz mais satisfação do que ver um dividendo creditado em minha conta." No entanto, muitas empresas têm pleno conhecimento de como despertar o interesse do investidor por dividendos, atraindo aqueles que não estão devidamente informados e promovendo suas ações. Se essas ações conseguirem manter seu valor no mercado, elas podem sustentar pagamentos regulares de dividendos, o que cria o que chamamos de um sistema de retroalimentação.
Em um investimento no qual os investidores têm como único propósito o recebimento de dividendos,
a ausência ou falha no pagamento de dividendos pode ter consequências dramáticas no preço de uma ação e causar muita dor de cabeça aos investidores. Vamos analisar um exemplo de como a falta de pagamento de dividendos levou a uma queda subita no preço. O nome dos investimentos serão omitidos.
Como podemos observar, o investimento vinha pagando um bom nível de dividendos aos seus cotistas em 2019 e boa parte de 2020; na ordem de R$ 29 mensais por cota, gerando um rendimento líquido de aproximadamente R$ 348 anuais.
Naquele mesmo ano o preço do ativo chegou a ultrapassar o valor de R$ 3.900,00 por cota.
Se fizermos um cálculo, veremos que alguns cotistas que compraram o investimento acima de R$3.920 esperavam receber um dividendo de R$ 348 reais anuais, contando com um dividendo de aproximadamente 8,9% ao ano. No entanto, o que os investidores não contavam era que o investimento parasse subitamente de fornecer os proventos em outubro de 2020.
Vendo o gráfico de preços acima, o que se viu foi uma queda vertiginosa no preço da ação em questão de dias. E, hoje, passados 3 anos, percebemos que o preço do ativo ainda não ultrapassa os R$1.000,00. Uma perda que foi irreversível para muitos investidores e que possivelmente afastará os investidores desavisados do mercado financeiro.
Como Evitar as Perdas?
Concentre-se nos fundamentos e verifique como a empresa se encontra em termos financeiros. Lembre-se de que em períodos de recessão, são as empresas mais sólidas que têm a capacidade de superar ventos contrários.
Confira quem são os clientes
Se uma empresa possui uma ampla base de clientes, a perda de um deles não é tão problemática, pois outros continuarão consumindo, contribuindo para o volume de vendas.
Confira os Contratos com os Clientes
Verifique o vencimento dos contratos com os principais clientes. Por exemplo, se você estiver interessado em investir em uma concessionária de rodovias, sempre questione quando o contrato expirará com o governo, estado, ou munícipio.
Trabalhe com Ajuda de um Analista CNPI
Por fim, não atue sozinho; busque sempre a ajuda de um analista CNPI, o único profissional de finanças que pode avaliar e fazer recomendações de produtos de investimento.