Quem disse que a renda fixa não é emocionante?
Quem investe no crédito privado conhece a adrenalina que corre nos bastidores deste setor. Apenas para se ter uma ideia; saímos de um ano em que os debenturistas de empresas como Light e Americanas sofreram perdas e arrastaram o mercado de debêntures consigo, para chegarmos a 2024 com algumas mudanças nas regras do jogo, provocando um verdadeiro rally nesse tipo de investimento.
Mas afinal, o que está por trás da alta de preços nas Debêntures?
Começamos nossa investigação no ano de 2023 e vemos que houve dois movimentos contraditórios: a alta dos juros nos Estados Unidos e a queda dos juros aqui no Brasil. Diante dessa incerteza, muitos investidores preferiram adotar uma postura de espera e observação. Além disso, o efeito Americanas afetou significativamente o setor de crédito privado, levando o mercado a compreender e absorver a possibilidade de outras empresas estarem utilizando o "forfait". Como resultado, o ano passado foi marcado por um período em que os investidores optaram por ficar à margem, apenas observando.
Ainda em 2023, após o susto causado pelas Americanas, enfrentamos ainda os efeitos da taxação e mudança de regras no imposto dos fundos exclusivos, conhecidos como fundos dos super ricos. Isso fez com que o mercado, mais uma vez, precisasse assimilar e incorporar novas regulamentações. Segundo a empresa de tributaristas que me assessoram, as debêntures conversíveis podem ser consideradas ativos de participação em empresas FIP, portanto, sendo taxadas apenas no momento da venda, se houver ganho de capital. Esse cenário provocou flutuações no preço desses ativos, à medida que o mercado se ajustava à nova informação e aproveitava oportunidades criadas pelo medo e pela desinformação.
Além disso, recentemente ocorreu uma mudança significativa que envolveu uma medida adotada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a qual proibiu a emissão de diversos títulos de renda fixa isentos por parte de empresas de capital aberto não vinculadas ao agronegócio ou ao setor imobiliário. Ou seja a oferta venho sendo reduzida, enquanto a demanda por debêntures estava latente.
Na prática, essa medida criada pelo CMN tende a reduzir o volume de emissões de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) ou Imobiliário (CRIs), bem como de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), Imobiliário (LCIs) e Letras Imobiliárias Garantidas (LIGs) nos próximos meses, aumentando a busca por outros produtos isentos, como as debêntures incentivadas.
Para ilustrar a magnitude do impacto, a mudança foi tão marcante que debêntures incentivadas que anteriormente ofereciam um prêmio de 0,73% em relação ao título público de inflação (NTN-B) de mesmo prazo, passaram a oferecer um prêmio de apenas 0,35% em média sobre a NTN-B após a decisão do CMN juntamente com a volta de interesse do setor por crédito privado.
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