Tenho grande apreço pela renomada revista britânica The Economist e seus variados artigos, os quais são produzidos por economistas jornalistas de destaque. Um de seus artigos recentes salienta uma tendência preocupante no panorama global: o crescimento das taxas de juros e o crescente nível de endividamento das economias em todo o mundo. O texto também enfatiza que persistir em uma era de juros elevados por um período prolongado é uma medida imprudente, uma vez que o ônus dos juros consome uma parte substancial dos orçamentos governamentais, agravando ainda mais os déficits fiscais. Neste contexto, é intrigante considerar como Adam Smith, o renomado filósofo econômico do século XVIII, reagiria às atuais circunstâncias.
Adam Smith, ouso dizer, iria ressaltar que as famílias e indivíduos têm à disposição três formas fundamentais de gerar renda.
A primeira delas é por meio do trabalho, que envolve o esforço e a dedicação de indivíduos no desempenho de tarefas e funções laborais, resultando em salários e compensações financeiras proporcionais ao trabalho prestado. A segunda alternativa é o aluguel, que representa a obtenção de renda através da propriedade de ativos como imóveis ou recursos naturais, onde terceiros pagam pelo uso ou arrendamento desses bens. Por fim a terceira via de obtenção de renda é a geração de lucros, que se refere à capacidade de empreender e inovar, criando valor econômico a partir de investimentos, produção e venda de bens ou serviços.
Todos os indivíduos jovens trabalham com a perspectiva de um dia se aposentarem.
Portanto, podemos esperar que haverá uma transição do papel de poupador para o de consumidor das economias acumuladas em algum ponto da vida do indivíduo. Quando esse momento chegar, os indivíduos têm duas opções disponíveis. A primeira é viver de aluguel, enquanto a outra é viver dos lucros.
Quando isso ocorrer, os fundos que economizaram representam a fonte de renda principal e, por isso, os rendimentos que advêm desses recursos se tornam vitais. Se em uma economia, os juros dos governos forem inferiores à inflação, então os indivíduos não conseguirão manter o padrão de vida ao longo dos anos, e suas economias tendem a se esgotar, trazendo grande risco aos indivíduos.
Os indivíduos que já não podem mais trabalhar ,e veem seus recursos se esgotando devido à falta de uma remuneração adequada ,são compelidos a buscar ganhos por meio do lucro, que é, sem dúvida, a forma mais arriscada das três, conforme apontada por Adam Smith, para obter rendimentos. Com isso, a taxa de juros inadequada empurra os indivíduos e famílias, que raramente possuem conhecimento em finanças, a investirem seus escassos recursos em empreendimentos duvidosos, expondo assim as famílias e os indivíduos a riscos significativos em um período frágil de suas vidas. Consequentemente, os juros abaixo do nível da inflação criam uma situação em que empreendimentos que não deveriam ser realizados são mantidos por fundos que não deveriam ser perdidos.
Desta forma, a falha dos indivíduos em prover sustento de forma segura durante os anos de senioridade faz com que lhes reste apenas uma alternativa: plugarem-se ao sistema.
Isso quer dizer que o governo, de uma maneira ou de outra, terá que sustentar as famílias, que por sua vez leva a pressões inflacionárias retroalimentando o sistema até que atinjamos um ponto de inflexão.
Os juros acima de um certo patamar, que, na minha opinião, é ligeiramente superior à taxa de inflação, levam a sociedade a preservar seus recursos e a evitar que empreendimentos que não deveriam surgir sejam realizados. Obrigando os empresários e empresas a utilizar os recursos escassos de nossa sociedade de forma mais prudente.
Em resposta ao artigo da The Economist, se Adam Smith estivesse vivo em nossos tempos ele diria que a solução aos nossos problemas já existe antes mesmo dele ter nascido. E a solução é essa: Só deveriamos aceitar projetos como individos e nação se a a taxa de retono for superiro que a taxa de captação.
Se você precisar de uma ajuda com a alocação de recursos entre em contato comigo