Houve um período da minha vida em que residi em Buenos Aires, montando uma filial dos meus negócios por lá. Era o ano de 2016, e alimentávamos a esperança de que a Argentina pudesse finalmente trilhar um caminho rumo a um desenvolvimento econômico sustentável. Além das memoráveis experiências com os assados em tiras e os excelentes vinhos de Mendoza, recordo-me vividamente de que os argentinos tinham um grande interesse em comum: política, futebol e automobilismo.
Um Paralelo entre Brasil e Argenitna.
Foi inevitável para mim estabelecer um paralelo entre o meu país, o Brasil, e a Argentina durante aquele período. Ambos compartilhamos uma vasta área geográfica, estamos situados no continente sul-americano, produzimos commodities agrícolas para o mundo, possuímos abundância de recursos naturais, somos apaixonados por esportes e exibimos uma diversidade cultural notável. Apesar dessas semelhanças e da proximidade geográfica, nossas realidades apresentam enormes diferenças econômicas.
Como pode um país que já teve uma das maiores rendas per capita do mundo encontrar-se em uma crise econômica desta ordem?
Na minha análise, percebo a importância do comprometimento de um país com a política fiscal. Se, ao longo de anos, os gestores governamentais gastam mais do que conseguem arrecadar, a única opção restante é recorrer à impressão de papel-moeda para cobrir as despesas, desencadeando um ciclo de inflação que, por sua vez, contribui para o empobrecimento da população. Assim, torna-se evidente que a inflação, tema central em meu estudo e trabalho, não apenas impacta a vida dos investidores, mas afeta amplamente toda a sociedade.
Qual é a origem dos porblemas na Argentina?
Conversando com colegas argentinos, não obtive um consenso. Alguns dizem que foi o Peronismo, outros afirmam que foi o golpe militar que deixou o país na atual situação. Há ainda estudos que indicam que a grande crise dos Estados Unidos em 1930 foi o precipitador da derrocada da economia argentina.
E agora Argeninta?
O governo argentino, sob a liderança do presidente Javier Milei, anunciou uma série de medidas econômicas abrangentes que estão prestes a transformar significativamente o panorama financeiro do país. Em um pronunciamento liderado pelo ministro da Economia, Luis Caputo, o plano inclui a desvalorização do Peso Argentino, novas regulamentações para o comércio exterior e cortes substanciais em subsídios de transporte e serviços.
Em 2019, vendemos a operação para uma multinacional, mas mantenho laços estreitos com "minha família de Hermanos". Ao questioná-los sobre como os argentinos estão lidando com o novo governo, a resposta foi expressa de maneira metafórica: agora, a Argentina está diante de um momento crítico, assemelhando-se a um jogo de futebol. A situação é clara: ou ela marca o gol e vence a partida, ou enfrenta um contra-ataque fulminante e perde definitivamente, pois até o goleiro se encontra no ataque. A esperança de todos nós é que possa existir um "Messi" um "Maradona" e até mesmo um "Fangio" dentro do departamento econômico da Argentina, para que a alegria e prosperidade possam voltar ao seu esplendor naquele país e, consequentemente, na América Latina.
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