Imagem de Capa: Unsplash
Minha primeira experiência com estatística aplicada ao mundo dos negócios foi aos 14 anos. Eu estava de férias com minha família em uma praia de Santa Catarina e muito próximo da casa onde estávamos havia um parque de diversões. Frequentávamos o parque em família. Mas enquanto eles se concentravam em encontrar a roda gigante. Eu estava mais interessado em outra roda: o jogo da roleta. Nesse jogo mais simplificado do que a versão original, o apostador só pode apostar em pretos ou brancos. Caso o apostador não acerte a cor, ele perde tudo, e caso acerte a cor, ele dobra o valor. Aos 14 anos, fiquei mesmerizado com a possibilidade de dobrar o dinheiro que eu tinha no bolso. Lembro-me de ter ficado assistindo a roleta girar a noite toda, enquanto meus familiares se divertiam em outras atrações do parque. Voltei para casa, e tudo o que eu pensava era como eu poderia utilizar meu conhecimento limitado em estatística para ganhar dinheiro.
No dia seguinte, lá estava eu, pronto para pôr o meu infalível plano em ação: eu iria esperar até que a roleta tirasse 3 vezes consecutivas uma mesma cor, para então realizar a minha aposta na cor contrária. Qual a racionalidade por trás? A probabilidade de uma mesma cor sair 4 vezes consecutivas era de menos de 7%.
Eu aguardei pacientemente e, no momento oportuno, apostei R$10. O resultado foi: dobrar o meu dinheiro. Esperei mais alguns instantes, e novamente surgiu outra oportunidade; depositei mais R$10 e, voilà, embolsei mais R$10. Tudo seguia conforme o meu planejamento, até que um supervisor do parque se aproximou e informou que aquele jogo era restrito a maiores de 18 anos.
Voltei para casa com R$20 extras, um sorriso no rosto e a convicção de que um dia me especializaria em matemática. O fato é que anos mais tarde alcancei essa especialização e descobri que meus ganhos foram realizados com a mesma chance de qualquer outro jogador, 50%. Mas, de fato, essa experiência serviu para me aproximar da minha paixão: a estatística aplicada ao mundo dos negócios.
Para mim, nunca houve um período mais interessante do que hoje para estar engajado na área de estatística, com o advento e criação do Big Data, passando pelo Business Intelligence, migrando para a Estatística Preditiva, entrando na área do Machine Learning e, mais recentemente, a Inteligência Artificial. Todas elas estão enraizadas no que o pessoal de marketing chama de Advanced Statistics, que nada mais são do que os métodos tradicionais da estatística organizados de uma forma que os softwares consigam se auto gerir.
O campo é muito vasto, com toda a certeza. Quanto a mim? Eu continuo sendo aquele garoto tentando dobrar o dinheiro que possui no bolso, utilizando-se do que os meus mestres me ensinaram.
Quer saber mais sobre a estatística aplicada ao mercado?